domingo, 31 de julho de 2011

Como os nematoides parasitam as plantas


Fitoparasitas ou parasitas de plantas são aqueles nematoides que se alimentam de plantas vasculares através de estruturas denominadas estiletes. Estes podem ser classificados em quatro grupos de acordo com a relação alimentar estabelecida com a planta: ectoparasitas migradores, ectoparasitas sedentários, endoparasitas migradores e endoparasitas sedentários.

Ectoparasitas migradores têm o modo de parasitismo mais primitivo, onde se mantém fora das raízes e utilizam seu estilete para se alimentar de células epidérmicas. Como exemplo, utilizam essa ferramenta nematoides dos gêneros Longidorus e Mesocriconema, entre outros.





Ectoparasitas sedentários ou semiendoparasitas se alimentam em um sítio específico ou célula da raiz por um período prolongado, se mantendo exterior à raiz. É o caso de nematoides dos gênero Rotylenchulus e Tylenchulus semipenetrans.






Endoparasitas migradores penetram nas raízes e se alimentam por certo período de tempo, migram intracelularmente, podendo, inclusive, retornar ao solo e parasitar outro hospedeiro. Pratylenchus sp. e Radopholus similis são exemplos de nematoides que utilizam essa relação alimentar. 





Os endoparasitas sedentários são aqueles que envolvem as relações alimentares mais complexas e especializadas com a planta hospedeira. Invadem as raízes como juvenis de segundo estádio e seu desenvolvimento leva a modificações na morfologia e função de células radiculares específicas, que se tornam uma fonte permanente de alimentação para o parasita.  Enquanto estabelece a relação alimentar, o corpo do juvenil aumenta de tamanho e este vem a se tornar imóvel, permanecendo no interior da raiz. É o caso do nematóide de galhas (Meloidogyne sp.) e dos nematoides de cistos (Heterodera sp. e Globodera sp.).

Os nematoides, em íntima relação parasitária com as plantas podem apresentar diferentes ações sobre as plantas hospedeiras, a saber: ação traumática, provocada por injúrias mecânicas decorrentes do movimento do nematoide no tecido da planta; ação espoliadora, provocada pelo desvio de nutrientes essenciais da planta; e ação tóxica, provocada por toxinas ou enzimas secretadas pelo nematoide e que são prejudiciais à planta.

Para maiores informações, consulte:

Hussey, R.S., Grundler, F.M.W. Nematode parasitism of plants. In: Perry, R.N., Wright, D.J. The physiology and biochemistry of free-living and plant-parasitic nematodes. p. 213-244, 1998.

8 comentários:

  1. Esse post Me ajudou bastante em Zoologia Agrícola

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    1. Fico feliz que o blog esteja sendo útil para seus estudos. O objetivo, quando da criação do mesmo, foi exatamente que fosse utilizado como uma ferramenta auxiliar. Um abraço e continue acompanhando o blog.

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  2. Otimo blog, me ajudo bastante na area de Fitopatologia

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  3. Obrigado, me ajudou bastante no meu projeto de mestrado em fitopatologia, com M. exigua em seringueira. Abraços.

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  4. Também trabalharei com controle biológico em nematóides, porém achei interessante utilizar fungos. Poderia me passar seu email para trocarmos ideias sobre o assunto? Obrigado.

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  5. Também trabalharei com controle biológico em nematóides, porém achei interessante utilizar fungos. Poderia me passar seu email para trocarmos ideias sobre o assunto? Obrigado.

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  6. Obrigado, me ajudou bastante no meu projeto de mestrado em fitopatologia, com M. exigua em seringueira. Abraços.

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  7. Muito obrigada, está me ajudando bastante!

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