Fitoparasitas ou parasitas de plantas são aqueles nematoides que se alimentam de plantas vasculares através de estruturas denominadas estiletes. Estes podem ser classificados em quatro grupos de acordo com a relação alimentar estabelecida com a planta: ectoparasitas migradores, ectoparasitas sedentários, endoparasitas migradores e endoparasitas sedentários.
Ectoparasitas migradores têm o modo de parasitismo mais primitivo, onde se mantém fora das raízes e utilizam seu estilete para se alimentar de células epidérmicas. Como exemplo, utilizam essa ferramenta nematoides dos gêneros Longidorus e Mesocriconema, entre outros.
Ectoparasitas sedentários ou semiendoparasitas se alimentam em um sítio específico ou célula da raiz por um período prolongado, se mantendo exterior à raiz. É o caso de nematoides dos gênero Rotylenchulus e Tylenchulus semipenetrans.
Endoparasitas migradores penetram nas raízes e se alimentam por certo período de tempo, migram intracelularmente, podendo, inclusive, retornar ao solo e parasitar outro hospedeiro. Pratylenchus sp. e Radopholus similis são exemplos de nematoides que utilizam essa relação alimentar.
Os endoparasitas sedentários são aqueles que envolvem as relações alimentares mais complexas e especializadas com a planta hospedeira. Invadem as raízes como juvenis de segundo estádio e seu desenvolvimento leva a modificações na morfologia e função de células radiculares específicas, que se tornam uma fonte permanente de alimentação para o parasita. Enquanto estabelece a relação alimentar, o corpo do juvenil aumenta de tamanho e este vem a se tornar imóvel, permanecendo no interior da raiz. É o caso do nematóide de galhas (Meloidogyne sp.) e dos nematoides de cistos (Heterodera sp. e Globodera sp.).
Os nematoides, em íntima relação parasitária com as plantas podem apresentar diferentes ações sobre as plantas hospedeiras, a saber: ação traumática, provocada por injúrias mecânicas decorrentes do movimento do nematoide no tecido da planta; ação espoliadora, provocada pelo desvio de nutrientes essenciais da planta; e ação tóxica, provocada por toxinas ou enzimas secretadas pelo nematoide e que são prejudiciais à planta.
Para maiores informações, consulte:
Hussey, R.S., Grundler, F.M.W. Nematode parasitism of plants. In: Perry, R.N., Wright, D.J. The physiology and biochemistry of free-living and plant-parasitic nematodes. p. 213-244, 1998.